quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mais um dia se passa, repetitivo, como tantos outros. Por um instante eu senti como se cada pedaço de mim caísse lentamente no chão, os meus pensamentos se descolavam e uns iam pro coração, outras para a alma, que se encontrava lotada de sentimentos, uns bons, outros nem tanto. As vozes ao meu redor estavam embaralhadas nos meus sentidos, mas eram como alfinetas em meus ouvidos me pedindo: Grite!
Mas eu não gritei, mais um vez, e enrosquei-me suavemente no isolamento e fiquei ali por uns minutos, enquanto o grito de todas as minhas decepções e conclusões se abafavam dentro do meu peito, lutando contra as forças em que meus olhos faziam para se abrirem e encarar tudo de frente, sem medo. E lá está de novo, esse sentimento em que sempre que tudo que eu quero parece caminhar normalmente, aparece ele, me botando no abismo da indecisão, da solidão; pois bem ele é o medo, e sussurra lentamente para mim: covarde!
Isso me pega e faz com que todo meu ser estremeça, perdendo todo o solo da certeza. Algum tempo se passa e vejo raios iluminarem algumas partes de mim pelas brechas das cicatrizes, e esses raios são a esperança.



Ariane